Transformação em velocidade de 5G

Compra da Oi pela Claro, TIM e Vivo; aceleração da digitalização dos processos; e futuro leilão das faixas de quinta geração mudarão, uma vez mais, a configuração do setor em 2021

A alternância entre lançamentos anuais de iPhones, da Apple, e Galaxy S, da Samsung, que são os top de linha de cada uma, é apenas o expoente da ponta da cadeia que envolve o ecossistema de telecomunicações. O dinamismo e a batalha que se renova entre os aparelhos a cada ano vale para o elo que une celulares a pessoas: as operadoras. As teles têm à frente dois grandes desafios que há muito não se via no setor: a consolidação, que mais uma vez reconfigurará o cenário brasileiro; e o leilão da quinta geração (5G) móvel, no ano que vem, que redefinirá o futuro da conectividade e a mobilidade de uma forma até então ainda não experimentada. O ritmo da transformação pode ser equiparado às altas taxas da futura 5G: acelerado e urgente, que antecipa um segmento que nunca deixou de se adaptar a tecnologias, demandas e recriação de necessidades, evidenciadas neste momento em que o mundo atravessa a crise provocada pela Covid-19.

O primeiro desafio já está em andamento: Claro, TIM e vivo se uniram para adquirir a Oi Móvel, em proposta de R$ 16,5 bilhões enviada por meio de fato relevante, em julho, pelas quatro teles. Se concretizado, será o negócio da década. Os últimos movimentos de peso em aquisições na área foram a compra da Nextel pela Claro o ano passado e o controle da GVT pela Telefônica em 2014. A Oi Móvel é assim chamada porque o Grupo Oi dividiu as ofertas em unidades produtivas isoladas (UPis), dentro do seu plano de recuperação judicial (que foi pedida em 2016 quando, à época, a companhia carregava uma dívida de R$ 65 bilhões). Essas UPIs são formadas pelos ativos móveis (Oi Móvel, no valor de R$ 16,5 bilhões pela proposta das três teles), estações radiobase ou torres (TowerCo, no valor de R$ 21 bilhões), infraestrutura de fibra óptica (InfraCo, no valor mínimo de R$ 20 bilhões) e TV por assinatura (TVCo, no valor mínimo de R$ 20 milhões). No caso da TV por assinatura, as consultas para venda já estão sendo conduzidas pelo BTG Pactual. E a proposta para a Oi Móvel está em andamento. O Grupo Oi tem um cronograma de venda das UPIs (veja box) que pode ser antecipado. Embora não haja uma data exata para que a proposta de aquisição pela Claro, TIM e Vivo seja aceita ou não, o fato relevante estabelece que “o acordo (de exclusividade das proponentes) tem vigência inicial até o dia 11 de agosto de 2020 e será renovado automaticamente por períodos iguais e sucessivos, salvo se houver manifestação em contrário por qualquer das partes”. Enquanto isso, a Oi dá andamento à venda das demais UPIs. As operadoras envolvidas na negociação não podem comentar detalhes.

A TIM, que tem Iza como estrela de campanha, espera que o leilão do 5G, em 2021, não tenha viés arrecadatório, que é mais caro para as teles

O segundo desafio do segmento é para 2021: é o leilão das faixas de frequência para operação do 5G. Previsto para o final do primeiro semestre, se a pandemia e as conjunturas econômicas e regulatórias até lá o permitirem, é o evento mais aguardado pela telefonia nacional. O último leilão do porte foi em setembro de 2014, quando foram vendidos quatro lotes de faixas de frequência para a Algar Telecom, Claro, Telefônica Vivo e TIM. O governo arrecadou R$ 5,8 bilhões. No 5G, o Ministério da Economia sinalizou que o modelo de leilão não será totalmente arrecadatório, e sim um proporcional entre investimentos e arrecadação. O que é benéfico para as teles, que, teoricamente, gastarão menos com as faixas. Mas, historicamente, os leilões sempre partiram de preços altos e até o ano que vem pode haver oscilações políticas e econômicas que alterem o espírito do Ministério da Economia.

Em ambos os casos, os players envolvidos dependem, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ministério das Comunicações e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a aquisição da Oi pela Claro, TIM e Vivo; e do Ministério da Economia, das Comunicações e Anatel para o leilão do 5G. Sem esses agentes, e suas respectivas aprovações, tanto a consolidação quanto o leilão emperram.

Processo de décadas
O movimento de consolidação, antes de ser um ato de concentração, é algo orgânico em todos os setores da macroeconomia. No caso particular de telecomunicações, esse processo começou assim que o Sistema Telebrás foi privatizado, em 1998: eram 28 subsidiárias (26 estados, DF e a Embratel) que foram reduzidas a 12, quatro fixas e oito móveis. Depois disso, ano a ano, foram sendo feitas fusões e aquisições até se chegar a seis operações no País: Claro/Nextel, Telefônica Vivo, TIM, Oi, Algar e Sercomtel. “Na maioria dos países, o número de operadoras móveis está próximo a três. Na Ásia, esse número é ainda menor. Isso ocorre porque os investimentos são críticos para a sobrevivência dos negócios”, afirma o sócio-líder de tecnologia, mídia e telecomunicações da KPMG, Dustin Pozzetti.

Caso a compra da Oi Móvel pela Claro, Vivo e TIM seja concretizada e, depois, aprovada, serão cinco operações. E, o mais importante: o Brasil deixará de ter uma tele de porte de capital nacional. Claro, TIM e Vivo são, respectivamente, de capitais mexicano, italiano e espanhol.

A Oi, com Rafael Portugal como garoto-propaganda, calcula que, após vender as unidades de negócios, encerrará a recuperação judicial em 2022

No outro espectro de alterações profundas do cenário de telefonia brasileiro está o leilão das faixas 5G que deve mudar, em longo prazo, a conectividade de empresas e pessoas no País. E o Brasil está atrasado, assim como já esteve nos padrões anteriores: até julho deste ano, segundo a Global Mobile Suppliers Association (GSA), que representa empresas do ecossistema móvel, havia 92 operações 5G lançadas em 38 países e mais 392 teles, em 126 países, investiam no padrão. Os países mais adiantados na adoção de 5G são a China, Coreia do Sul e Estados Unidos. Na Europa, apenas seis países têm redes 5G: Reino Unido, Estônia, Finlândia, Suíça, Itália e Espanha.

O aspecto mais visível do 5G é o aumento da velocidade de transmissão: das atuais taxas nominais de 20 Mbps de download das redes 4G, o 5G chegará a velocidades nominais de 20 Gbps. Mas o 5G não se limita à eventual melhoria da qualidade da banda. O que se espera com a escalada do padrão é a chamada conectividade inteligente, que é valor advindo da união da rede 5G, internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA). Quando esses três elementos estiverem ligados e em operação, se dará, segundo os especialistas, a conectividade inteligente. Antes da pandemia, a financeira britânica Greensill apurou que estimativas iniciais calculavam entre US$ 500 bilhões e US$ 1 trilhão o montante necessário para a implantação das redes 5G no mundo, dos quais US$ 275 bilhões apenas para as teles norte-americanas atualizarem sua infraestrutura. Mas o volume global, que envolve toda a cadeia de abastecimento dos negócios móveis, chega a US$ 2,7 trilhões ainda este ano. Desse total, US$ 1,7 trilhão envolve investimento tanto de empresas quanto de consumidores na IoT. Igualmente, a GSMA Intelligence projeta investimento de US$ 1,1 trilhão em redes nos próximos cinco anos.

A evolução das redes, obviamente, faz parte do universo da telefonia móvel como um pressuposto para criar serviços, valor para os stakeholders e atender a demanda crescente dos acessos: neste momento, há mais de 10 bilhões de conexões móveis ativas para uma população global de 7,8 bilhões de pessoas. Mas, faz parte também da competição mundial com nativos digitais como Netflix, Google e Facebook, por exemplo, cujos aplicativos e serviços se servem das redes das teles para chegarem ao consumidor final. O WhatsApp, do Facebook, notadamente, se tornou um grande competidor das chamadas de voz e vídeo ao usar, sem custo para o usuário, conexões baseadas em WiFi. Em entrevista a Meio & Mensagem, o diretor de políticas públicas de WhatsApp para AL, Pablo Bello, afirma que “o WhatsApp veio para otimizar a vivência das pessoas no ambiente digital, e não para gerar obstáculos. A ponto de contarmos com diversas parcerias comerciais com operadoras que disponibilizam planos com acesso ao app sem consumir a franquia de dados do usuário”.

Para Pozzetti, da KPMG, o uso das redes pelos nativos digitais é um debate antigo que, de alguma forma, vem sendo superado. “Vemos operadoras fazendo acordos com empresas de soluções OTT (over the top) para crescer ou fidelizar sua base de assinantes”, diz. A Netflix é um dos players OTT mais típicos.

Cronograma da recuperação judicial da Oi

A Oi, em conferência realizada em agosto, divulgou cronograma para o plano de recuperação judicial e venda das unidades produtivas individuais (UPIs), artifício usado para fatiar as diferentes áreas de negócio do grupo. A previsão, dada pelo CEO da operadora, Rodrigo Abreu, é que todos os processos se encerrem até maio de 2022. O alongamento ou resolução rápida desses negócios pode variar conforme a adesão do mercado e intervenções de órgãos regulatórios. Além, claro, das resoluções da própria assembleia dos credores. Abaixo, o cronograma dos eventos:

DATA EVENTO
08/09/2020 Assembleia geral de credores da recuperação judicial. Se não houver quórum, fica para o dia 14. Nesta assembleia, será votado o desmembramento das unidades produtivas isoladas (UPIs), ou seja, Oi Móvel (a parte que interessa à Claro, TIM e vVvo), TowerCo (as torres ou estações radiobase), a ClientCo (Oi S/A), da TVCo (televisão) e a InfraCo (infraestrutura de fibra óptica).
Outubro ou novembro Se a assembleia aprovar o desmembramento das UPIs, haverá o leilão da TowerCo e da unidade de data centers (são cinco, no total)
Dezembro O leilão ou a conclusão do negócio da Oi Móvel (com Claro, TIM e Vivo)
1º. trimestre de 2021 Leilão da InfraCo e da TVCo (cujas consultas para a venda já estão sendo conduzidas pelo BTG Pactual)
Quarto trimestre de 2021 Finalização da venda da TVCo e da Oi Móvel
Maio de 2022 Encerramento do processo de recuperação judicial

5G brasileira
Afora esses debates que envolvem competição ou colaboração, conforme o ângulo de cada player, as teles brasileiras, embora distante do leilão 5G, se antecipam. Em julho, a Claro anunciou o início a implantação da primeira rede 5G no Brasil, com cobertura no Rio de Janeiro e São Paulo. A rede compartilha frequências 3G, 4G e 4,5G já disponíveis por meio da tecnologia 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing). “O 5G DSS possibilita velocidades até 12 vezes maiores que o 4G, além de uma menor latência (tempo resposta da rede). Todos os investimentos feitos para implantar o 5G DSS, nas frequências atuais, serão automaticamente aceleradores da implantação definitiva do 5G, com a posterior adição do espectro de 3,5 GHz, cujo leilão será um próximo passo, levando em consideração grandes desafios que a crise atual trouxe e o significativo investimento tanto para aquisição do espectro quanto para implantar a cobertura e a virtualização da rede”, afirma o diretor de marketing da Claro, Márcio Carvalho.

Na Claro, a avaliação é que, conforme as pessoas voltem às ruas, levarão os hábitos adquiridos para um novo comportamento na transformação digital

A mesma tecnologia é usada pela Vivo. “A partir dessa tecnologia, é possível compartilhar, de forma dinâmica, o espectro 3G e 4G não utilizado para prestar o serviço 5G. Contudo, como esse espectro não possui banda contínua e dedicada, a experiência do 5G ainda não poderá ser sentida em sua totalidade. A Vivo tem a funcionalidade ativada em sua rede para algumas regiões de oito cidades brasileiras: São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre”, diz a diretora de imagem e comunicação da Vivo, Marina Daineze.

O leilão deve ocorrer somente no ano que vem, conforme já sinalizado pelo Ministro das Comunicações, lembra o chief revenue officer da TIM, Alberto Griselli. “Sabemos da relevância do 5G para o desenvolvimento de diversos setores da economia, mas entendemos que o momento atual não é, realmente, o mais adequado. Após a pandemia, o mundo será mais digital, com telemedicina, avanço da educação a distância e novas carreiras, principalmente em um país com as dimensões continentais do Brasil. A realização do leilão 5G é importante, mas ele precisa ser bem estruturado para que não tenha apenas um viés arrecadatório, permitindo que as empresas possam investir para acelerar a implantação da tecnologia. Vamos lançar, agora em setembro, a rede 5G comercial em três cidades: Bento Gonçalves (RS), Itajubá (MG) e Três Lagoas (MS). Vamos utilizar a técnica DSS (a mesma da Claro) com a agregação de frequências do espectro atual (4G) para chegar à velocidade do 5G. Além disso, utilizaremos a tecnologia FWA (acesso sem fio) para disponibilizar banda larga fixa em cima da rede móvel”, detalha o executivo.

Mundo mais digital
Grisseli afirma que o mundo será mais digital pós-pandemia. O fato é que empresas e pessoas tiveram que se adaptar rapidamente a partir de março deste ano, quando as cidades começaram a cumprir a quarentena em consequência do coronavírus. Houve um salto de transformação digital obrigatório e, notadamente na área de serviços, o home office se tornou a regra, e não mais exceção. Uma das consequências diretas disso é a conexão. Chamadas de vídeo, lives profissionais e a exigência constante de conexão entre colegas de trabalho, fornecedores e prestadores de serviço levou a demanda por banda larga doméstica. No momento em que começam a aparecer as primeiras experiências 5G, o colaborador sentiu na pele a falta de conexão 4G (ou menor) que garantisse acesso equivalente ao link dedicado que a maior parte das empresas tem. “A demanda da população é por conectividade de qualidade. Investimos de maneira consistente no desenvolvimento de uma infraestrutura diferenciada, com foco em tecnologias superiores como fibra, 4G e 4,5G. Investimos R$ 400 bilhões nos últimos 20 anos para criar a rede que atende, atualmente, 216 cidades com fibra, com 2,8 milhões de acessos”, afirma Marina, da Vivo.

“Quando o isolamento social foi adotado como o caminho seguro para enfrentar a pandemia, identificamos a mudança no perfil de consumo e variações nos hábitos dentro das cidades. Nas regiões de maior padrão aquisitivo e densidade, a migração de tráfego para a banda larga doméstica foi muito mais intensa. Instalamos um comitê de crise para avaliar, de forma contínua, toda as questões relacionadas à continuidade das operações, especialmente disponibilidade e capacidade da rede e serviços, tão essenciais neste momento. Sabemos que milhares de pessoas passaram a trabalhar no regime de home office. Essa nova realidade de isolamento social potencializou a realização de lives e transmissão de jogos de futebol ao vivo através da internet, que em um momento de alta utilização das redes de banda larga, se tornou um desafio adicional para as empresas do setor”, admite Carvalho, da Claro. Para reduzir o impacto desse fenômeno, a tele adotou a estratégia de liberar o máximo da capacidade para quem precisa do serviço para trabalhar e estudar. “Em um cenário onde as pessoas estão cada vez mais em suas residências, com utilização da banda larga para home office e ensino à distância, procuramos disponibilizar de forma mais ativa e consultiva nossos serviços de conectividade dentro de casa, como WiFi, rede inteligente e o Ponto Ultra, que conecta computadores, vídeo games e smartTVs via cabo”, explica.

Na Vivo, os aprendizados destes seis meses serão considerados como uma realidade e a tele usará isso para serviços futuros que digitalizem os usuários

Grisseli, da TIM, diz que os esforços com ampliação e modernização da rede permitiram suportar a mudança de hábito dos brasileiros durante a pandemia. “Experimentamos migração dos horários de pico de uso, na banda larga fixa ficou evidente a alta do tráfego, com — inclusive — mais devices utilizando o WiFi das residências. A busca por uma conexão de qualidade para o trabalho remoto durante o isolamento social impulsionou o crescimento do serviço no segundo trimestre. A base de clientes teve alta de quase 20%, superando a marca de 600 mil conexões. A cobertura da internet de alta velocidade via fibra óptica já alcança 2,8 milhões de domicílios. Ajustamos também o portfólio, simplificando as ofertas, lançando a inédita velocidade de 400 Mega e incluindo mais conteúdos de entretenimento”, detalha o executivo.

Simultaneamente ao rearranjo do usuário que teve que se adaptar às circunstâncias do trabalho em casa, com conexões domésticas, as teles registram avanços nos já adiantados processos de transformação digital. “Apostávamos na transformação digital para garantir eficiência e evoluir no relacionamento com o consumidor. Essa abordagem se mostrou ainda mais assertiva durante o pico da pandemia, com o isolamento social nas principais cidades brasileiras. A digitalização nos ajudou e enfrentar os desafios impostos pelas medidas de distanciamento social e, por isso, aceleramos — nos últimos meses — mais de cem iniciativas que priorizam a experiência online. Implementamos um projeto em parceria com a IBM que usa inteligência artificial na central de relacionamento. É um autoatendimento cognitivo que responde por voz em linguagem natural e em tempo real a dúvidas ou problemas dos consumidores”, aponta o diretor da TIM.

A transformação digital foi acelerada e muitas das evoluções, como a adoção de home office e a adesão dos clientes aos canais digitais de atendimento, devem se consolidar, afirma Carvalho, da Claro. “A produtividade foi mantida em alto nível, e o home office não modificou a efetividade da operação. Acreditamos que boa parte dos padrões de consumo tendem a se perpetuar e, conforme as pessoas voltem às ruas, levarão os hábitos para fora das casas, gerando também um novo comportamento dentro desta transformação digital”, analisa.

Para Marina, da Vivo, a pandemia aumentou exponencialmente a percepção da essencialidade das telecomunicações. “A nova realidade imposta acelerou ainda mais a transformação digital de muitos segmentos e forçou uma adaptação do mercado em diversas frentes para atender os novos hábitos de consumo. Considerando essas mudanças de cenário, passamos a incentivar ainda mais os clientes para o uso dos canais digitais para entrar em contato com a empresa e muitas estratégias foram redirecionadas para garantir segurança e qualidade em todos os canais de atendimento. Os apps de atendimento tiveram crescimento no número de acessos e processos facilitados nesse período. Ampliamos a oferta de serviços e produtos por meio de canais digitais e venda via drive-thru em shopping centers e passamos a contar com iniciativa que oferece todos os serviços através de fluxo 100% remoto com um atendente por WhatsApp. Lançamos marketplace com centenas de produtos ligados à tecnologia de marcas globais e nacionais. E levamos a experiência digital para a cultura, com o Teatro Vivo em Casa, com transmissão gratuita, via streaming. Todas essas mudanças têm potencial para continuarem a fazer parte da realidade da empresa”, prevê.

Aprendizados para 2021
Ante tantas mudanças e em meio a um processo de consolidação, com a eventual aquisição da Oi pela Claro, TIM e Vivo e a caminho das redes 5G, o que esperar para 2021, ainda que os cenários dependam do controle da pandemia? É um exercício de futurismo, mas os aprendizados deste ano serão incorporados e muitos processos administrativos e estratégias foram revistos, assimilados ou, simplesmente, deixaram de fazer sentido. Desde o início da pandemia, a transformação digital foi acelerada e uma vez que os clientes estão conectados à internet, podemos ir além, antecipando o potencial da revolução digital, pondera Marina, da Vivo. “Vamos considerar os aprendizados nestes meses com uma realidade inédita de isolamento e usar essa compreensão para oferecer serviços que digitalizem e aproximem, pois entendemos que as tendências da transformação digital só vão se acelerar. Podemos visualizar alguns horizontes considerando que, durante o isolamento, as pessoas descobriram novas maneiras de trabalhar, estudar e se divertir dentro de casa. Com o fim de algumas barreiras culturais em relação às tarefas remotas, houve aceleração da transformação digital. E, com isso, o uso das redes deve seguir com alto volume de uso de dados. Há dois caminhos paralelos para percorrermos nos próximos meses e anos. O primeiro é avançar na infraestrutura que possibilita a digitalização, levando acesso a quem ainda não tem — um trabalho na base e de longo prazo. O segundo é atuar como um hub de parcerias com outras empresas para gerar inovações, oferecendo ainda mais serviços, muitas vezes além do setor de telecomunicações, para os clientes que já estão conectados”, antecipa Marina.

O papel da operadora é conectar os seus clientes para uma vida mais divertida e produtiva, afirma o diretor de marketing da Claro. “Para 2021, com uma visão otimista sobre o cenário mundial, a missão é seguir um plano de transição sem perder de vista este valor inegociável. O que é necessário, neste momento, é ajustar a estratégia para o próximo ano, tendo em vista que os esforços na promoção de produtos e serviços devem continuar, assim como de suporte a causas tão essenciais em 2020. Em 2021, seguimos com a estratégia de vender de forma ainda mais responsável e digital e oferecer serviços e iniciativas que, de fato, façam a diferença aos clientes para o momento da retomada”.

Grisseli, da TIM, aponta a essencialidade das telecomunicações como fator relevante durante e pós-pandemia. “Os números do setor e os nossos refletem a resiliência das operadoras no País contra a pandemia. Trabalhamos em um plano de contingência para enfrentar os impactos da Covid-19 e, apesar da desaceleração financeira e de apresentarmos alguns indicadores em queda, já observamos sinais de melhoria. Estamos com expectativa positivas e de continuidade da estratégia em 2021. Tanto que retomamos lançamentos em ofertas, investimos em novas parcerias e ações de comunicação, além de manter os investimentos em infraestrutura. Seguiremos com atuação focada na melhor experiência para o cliente, tendo total consciência do papel relevante que o setor alcançou na pandemia e que deve perdurar na nova sociedade pós-Covid, um mundo ainda mais digital, onde as telecomunicações serão essenciais”, antevê. O executivo argumenta que, se as telecomunicações já eram essenciais, agora se tornaram vitais. “Fomos o sistema nervoso da crise, conectando as famílias e amigos que estavam isolados, garantindo o trabalho e estudo remotos, possibilitando compras e exercícios online. Acredito que os consumidores passaram a enxergar o setor de outra forma. Ganhamos confiança”, diz.

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